sábado, 5 de junho de 2010

Experimenta

Pensa numa árvore ou numa planta,
um carvalho, por exemplo.
Ao olhares para ele encontrarás
todos os elementos desta cultura.

As raízes são profundas e seculares
atravessam os tempos, assistem a mudanças,
os seus nutriententes são absorvidos bem fundo na terra
mas é no ar que resira e se inspira
tal como o criador desta arte
sempre a dançar com um pé no chão e o outro no ar.

O seu tronco forte e largo
garante solidez, serenidade e segurança.
Dele surgem ramos tão díspares
mas cuja essência partilham
numa comunhão de pincípios e conceitos.

Cada ramo é um espaço de convívio
de fusão de várias proveniências
várias culturas que se tornam numa só.

Uma das folhas és tu!
Fecha os olhos! Inspira!
Sente-te parte deste carvalho frondoso.
À tua volta outros como tu,
tantos, únicos,
pois única é a sua vivência pessoal..
E quantas folhas bonitas
tanto na aparência quanto na essência.
Nos seus ramos flexíves
a toda e qualquer alteração de ambiente.
Elas mesmas também se ajustam
alternando entre o verde, o vermelho e o cobre
ou até desaparecendo temporariamente, se necessário,
voltando em seguida mais fortes e viorosas.

Toda a vida é finita por definição
perene só a certeza do aqui e agora
e a prática centra-nos no presente.

A prática é a clorofila das folhas
o que lhes dá alento
o que lhes confere brilho.
O seu fluir é tão subtil como a brisa
que serpenteia as folhas sem as movimentar
tão delicado como o pousar
de uma borboleta numa flor.
Todavia, assume uma tal intensidade
que te arrebata e eleva
ao mais destemido de todos os desafios:
o da autosuperação.
Fá-lo com entrega, com dedicação, com contentamento,
com intensão sincera de evoluires
de evoluires como indivíduo, como pessoa
como ser verdadeiramente humano.

Encontrarás um colar de pérolas
cuja real beleza reside
não nas pedras por si só
tão pouco na sumptuosidade da peça.
O maior valor atem-se ao fio que as orienta.
Experimenta!